18 crianças morrem por desnutrição em hospital na Venezuela
Mais de 50% dos venezuelanos vivem em pobreza extrema e afirmam que perderam mais de 10 quilos em 2017
Dezoito crianças morreram em dois meses por desnutrição em um hospital da cidade venezuelana de Maturín, a sudeste de Caracas, revelou nesta quinta-feira (22) fonte oficial da instituição.. “No primeiro mês deste ano, 25 crianças deram entrada [no hospital] apresentando quadros clínicos de desnutrição crônica e em fevereiro registraram-se mais quatro ingressos. Desses 29 casos, apenas 11 sobreviveram”, afirmou a chefe de pediatria do Hospital Universitário Dr. Manuel Núñez Tovar.
Segundo Yacirka Vásques, as vítimas vão de bebês em fase de amamentação até crianças com menos de quatro anos de idade.
Em declarações à rádio católica Fé e Alegria, Yacirka Vásques explicou que perante a falta de recursos econômicos para comprar leite ou fórmulas lácteas, as mães dão água de arroz, massa ou aveia a crianças com menos de um ano, o que tem originado doenças intestinais.
Por outro lado, Vásques revelou que foram registrados quatro casos de meningite e que as vacinas para tratar essa doença estão esgotadas desde o começo do ano.
Na Venezuela, onde a crise política e econômica se arrasta há anos, são cada vez mais frequentes as queixas da população relacionadas com a escassez de produtos básicos alimentares e de medicamentos. Quando surgem no mercado local, teriam preços inacessíveis, tendo em conta os baixos salários e a inflação de mais de 2.000% em 2017, segundo dados oficiais. A população queixa-se ainda de carências nos hospitais.
Mais de 50% dos venezuelanos vivem em pobreza extrema e afirmam que perderam mais de 10 quilos de peso em 2017, segundo um Estudo sobre Condições de Vida realizado pelas principais universidades do país divulgado quarta-feira (21).
Por outro lado, segundo dados das Nações Unidas, cerca de 133 mil venezuelanos procuraram refúgio em outros países entre 2014 e 2017. Outros 363 mil foram acolhidos em outras “alternativas legais”, que são disponibilizadas, essencialmente, por países latino-americanos.
*Com informações da Lusa.