Sobradinho vence Brasiliense e é o campeão candango de 2018

Para quem gosta de emoção, a final do Candangão foi um prato cheio. Na tarde deste sábado (7), no Mané Garrincha, o Sobradinho venceu o Brasiliense por 1×0 e levou a decisão para os pênaltis. Isso porque o Jacaré tinha vencido o jogo de ida pelo mesmo placar. Nas penalidades máximas, melhor para o Leão da Serra. Confira a história completa dessa decisão:
Platini falha logo no início

O Sobradinho precisava de gols para reverter a derrota do primeiro jogo. E logo aos sete minutos, a chance de ouro para a equipe: Mirandinha arrancou com a bola em direção ao gol e foi derrubado por Wallace. Na cobrança, Michel Platini tinha a chance de abrir o placar. Afinal de contas, ninguém melhor que o artilheiro do Candangão para bater o pênalti. Pois ele acabou batendo mal e o goleiro Edmar Sucuri espalmou a cobrança.

Jogadores do Brasiliense reclamam de penalidade máxima marcada para o Leão da Serra. Na cobrança, Platini desperdiça a chance de abrir o placar - Foto: Fernando Godoy/Agência EB
Jogadores do Brasiliense reclamam de penalidade máxima marcada para o Leão da Serra. Na cobrança, Platini desperdiça a chance de abrir o placar – Foto: Fernando Godoy/Agência EB

Isso não abateu nem Platini e nem o Sobradinho, que estava melhor na partida. Aos dois minutos, Platini já tinha batido falta firme, exigindo defesa de Sucuri. Aos quatro, João Manoel arriscou de longe, de cobertura. A bola passou perto do gol.

Depois dos vinte primeiros minutos, o Brasiliense equilibrou o jogo e passou a levar perigo na bola aérea. Aos 26 minutos, Nunes cruzou para Filipe Cirne, que empurrou para o gol, mas o árbitro Rafael Diniz marcou impedimento. Aos 42, Gerson colocou a bola na cabeça de Reinaldo, que cabeceou na trave.

Segundo tempo do Leão

Na volta para o intervalo, o Sobradinho deixaria a final ainda mais emocionante. Aos 33 segundos, João Manoel aproveitou cruzamento de Mirandinha e colocou no fundo das redes, abrindo o placar para o Leão da Serra.

O gol deixou o time alvinegro melhor no jogo. O time se defendia bem e contra-atacava com perigo. Aos 13, Platini cruzou para João Manoel, que levantou a bola e meteu um voleio. Seria um lindo gol, se Sucuri não tivesse feito boa defesa.

O Sobradinho seguiu durante todo o segundo tempo com contra-ataques perigosos, mas faltava algo para a bola entrar. A defesa do Brasiliense também segurava bem a barra lá na zaga.

Sobradinho colocou pressão em busca de fazer o segundo gol e eliminar possibilidade das penalidades máximas. Contudo, após os 180 minutos, empate em 1x1 - Foto: Fernando Godoy/Agência EB
Sobradinho colocou pressão em busca de fazer o segundo gol e eliminar possibilidade das penalidades máximas. Contudo, após os 180 minutos, empate em 1×1 – Foto: Fernando Godoy/Agência EB

O jogo foi seguindo para o apito final, e a emoção estava prestes a começar de verdade, já que se aproximavam as cobranças de pênaltis. Ótimo para quem não torcia para nenhum dos times, angustiante para os torcedores de Jacaré e Leão.

Zizu não honrou o nome; Rambo finaliza Jacaré

Na cobrança de pênaltis, tudo podia acontecer. O mais otimista dos torcedores diria que pênalti é loteria. Afinal de contas, duas equipes treinaram durante a semana. Desta maneira, a tranquilidade dos batedores e a sagacidade dos goleiros faria a diferença. Para contar melhor essa história, vamos detalhar rodada por rodada:

  • Reinaldo começou a disputa parando no goleiro Michael. Platini, que havia perdido pênalti no tempo normal, converteu dessa vez; Sobradinho 1×0.
  • Na segunda rodada, Aldo guardou a bola na rede. Thiago Bispo perdeu para o Sobradinho. Àquela altura, 1×1;
  • Na terceira rodada, zagueiro Wallace na bola para o Brasiliense. Demonstrando calma de atacante, deslocou o goleiro. Já o também zagueiro Igor bateu mal e Sucuri defendeu. Brasiliense 2×1.
  • Quarta rodada: Radamés fez a pior cobrança do Jacaré e Michael defendeu; Wudson bateu e Sucuri ainda tocou nela, mas a bola entrou. Tudo igual: 2×2;
  • Na última rodada, a responsa do time amarelo estava nos pés de Nunes. O capitão e artilheiro meteu uma cavadinha à lá Loco Abreu e fez. Rafael, para o Sobradinho, bateu tranquilo e também fez. Tudo ainda igual: 3×3.

Desta maneira, a decisão foi para as cobranças alternadas. E foi aí que Zizu, que carrega o apelido do craque francês Zinedine Zidane, falhou. Michael defendeu a cobrança do meia.

Zizu erra a cobrança para o Brasiliense, nos tiros alternados - Foto: Fernando Godoy/Agência EB
Zizu erra a cobrança para o Brasiliense, nos tiros alternados – Foto: Fernando Godoy/Agência EB

Estava nos pés do zagueiro Rambo decidir se o Sobradinho seria campeão naquele momento, ou se as cobranças continuavam. Aí, o camisa 4 do leão da Serra colocou a bola no fundo das redes e finalizou o Jacaré, confirmando o título candango de 2018.

Rambo converte pênalti e confirma título do Sobradinho no estádio Nacional Mané Garrincha - Foto: Fernando Godoy/Agência EB
Rambo converte pênalti e confirma título do Sobradinho no estádio Nacional Mané Garrincha – Foto: Fernando Godoy/Agência EB

Palavras dos personagens

Após as decisões, os protagonistas dessa decisão histórica falaram nos microfones da Esportes Brasília. O zagueiro Rambo exaltou a atuação do Sobradinho na final. “Esse grupo é foda. Hoje, graças a Deus, fizemos uma partida do espetacular”, comemorou.

Figura tarimbada no futebol de Brasília, o coordenador técnico Reinaldo Gueldini comemorou o título e também exaltou a força do Leão. “O grupo tá de parabéns pelo que fez durante o campeonato todo. Tivemos altos e baixos, mas na hora que precisou, o time correspondeu. Conseguimos fazer um grande jogo. Ganhamos de uma equipe muito bem trabalhada, muito bem organizada”, enalteceu Gueldini.

Artilheiro do Candangão, Michel Platini comentou sobre o título. “Estou honrado em fazer parte desse grupo e tirar o Sobradinho dessa seca”, lembrando que o Sobradinho não era campeão desde 1986. Platini também comentou sobre o pênalti perdido bem no começo do jogo. “Você não tem ideia que eu to aliviado!”, disse, em meio aos abraços dos colegas de elenco.

A galera do Brasiliense também falou com a Esportes Brasília. Como não poderia ser diferente, Reinaldo lamentou a derrota. “O sentimento é de tristeza total. O baque foi muito forte. Não desmereço o Sobradinho. Pelo contrário, merecem todos os nossos parabéns. Agora é ter força, juntar os cacos, manter o time forte e ir para a Série D”, declarou.

Sobradinho levanta o caneco de campeão após 32 anos da última conquista do Candangão, em 1986 - Foto: Fernando Godoy/Agência EB
Sobradinho levanta o caneco de campeão após 32 anos da última conquista do Candangão, em 1986 – Foto: Fernando Godoy/Agência EB

O gerente de futebol, Paulo Henrique Lorenzo, sente que poderia ter sido diferente. “Fica aquele gostinho de que poderíamos ter matado o primeiro jogo com um 2×0. Mas agora é seguir. O Sobradinho fez um campeonato muito bom do começo ao fim”. Apesar da derrota, Paulo Henrique não se deixa abater, já que o ano do Jacaré não acaba aqui. “Só temos quatro dias de folga e depois já estreamos na Série D. Conseguimos o objetivo de voltar a ter calendário. Não ganhamos o Candangão, mas podemos ganhar a Série D”, projeta.

CAMPEONATO BRASILIENSE – FINAL
BRASILIENSE 0-1 SOBRADINHO
25/02/2018 – ESTÁDIO BEZERRÃO – GAMA/DF

Público: 5.016 pagantes
Renda: R$ 34.320,00

Gol: João Manoel, aos 33 segundos do segundo tempo

Cartões amarelos:
Welton Felipe, Gerson, Lukinhas (Brasiliense)
Luan, Michel Platini, Dias, Gabriel, João Manoel (Sobradinho)

BRASILIENSE

Edmar Sucuri; Patrick (Luquinhas), Wallace, Welton Felipe, Gerson; Radamés, Gabriel, Souza (Aldo), Filipe Cirne (Zizu); Reinaldo, Nunes.
Técnico: Ailton Ferraz

SOBRADINHO

Michael; Luan, Igor, Rambo, Dionatan; Dias, Gabriel (Rafael), Geovane, João Manoel (Thiago Bispo); Mirandinha (Wudson), Platini.

Técnico: Victor Santana

João Alberto

Jornalista: DRT 0008505/DF. Radialista, Escritor e Poeta

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