Centrão quer acelerar pauta após prisão de Bolsonaro e preocupa governo Lula
Centrão deseja votar projetos que barrem investigações contra parlamentares sem aval prévio do Congresso
A decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que completa uma semana nesta segunda-feira (11/8), gerou um motim de aliados no Congresso Nacional e consequências políticas para governo, oposição e centrão.
A avaliação de integrantes do Executivo é a de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), saiu fragilizado no processo de debelar o protesto bolsonarista, o que gera um temor de instabilidade no Congresso Nacional, cenário nunca desejado por nenhum governo.
O centrão aproveitou a turbulência e conseguiu colocar na ordem do dia mais uma proposta de blindar congressistas contra ações do STF (Supremo Tribunal Federal).
Já a oposição se reagrupou na unificação de um discurso contra o ministro Alexandre de Moraes, o autor da ordem de prisão, e conseguiu acenos de que algum projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro será discutido.
Após cerca de 30 horas sem conseguir abrir uma sessão devido à ocupação da Mesa da Câmara, Motta só conseguiu voltar à cadeira de presidente no fim da noite de quarta (6/8), por meio de um acordo costurado pelo antecessor, padrinho de sua candidatura e líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL).
As sucessivas ordens de Moraes contra Bolsonaro – primeiro, a tornozeleira eletrônica e, depois, a prisão domiciliar -, porém, voltaram a inflamar e unificar o bolsonarismo, ao menos no discurso, o que possibilitou o motim que paralisou os plenários de Câmara e Senado por cerca de dois dias.
Já o centrão, que se equilibra nos últimos anos entre o bolsonarismo e o lulismo e reúne número de parlamentares suficiente para ser o fiel da balança, dá sinais oscilantes, a depender do clima político.
Com informações da Folapress
