Autor de feminicídio em Ceilândia é preso em SC, cinco anos depois do crime
Homem assassinou a companheira em 2013 e estava foragido em Florianópolis
Um homem que assassinou a esposa a facadas, cinco anos atrás, em Ceilândia, foi preso pela Polícia Civil em Santa Catarina na última quarta-feira (26/9). O acusado, de 60 anos, estava foragido na cidade de Florianópolis após ter cometido o feminicídio em outubro de 2013. Segundo as apurações da época, ele teria dado sete facadas em Domingas Lira de Paiva, de 47 anos, depois de uma discussão na casa dos dois, no conjunto 55 da QNO 17.
A investigação ficou por conta dos policiais da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), que tiveram apoio do Setor de Inteligência da PCDF e conseguiram localizar e deter o autor do crime, vivendo no Sul com outra família, como contou o delegado responsável pelo caso, Ricardo Viana.
“A mulher atual dele, por não saber da condição de foragido do marido, publicou uma foto dos dois no Facebook. Através de uma tecnologia de reconhecimento facial, chegamos até ele. O homem estava levando uma outra vida, com emprego informal na área da construção civil.”
Na hora da prisão, o acusado não reagiu e contou aos policiais civis sobre o crime. De acordo com ele, tudo começou quando recebeu um telefonema para prestar um serviço e a esposa não gostou, porque era de uma mulher. A partir daí, ele ficou colérico. A briga se intensificou e ele desferiu as facadas.
“O senhor também conta que lembra de ter dado duas facadas e depois ter saído de si. Quando voltou ao normal, viu a esposa morta e fugiu”, detalhou o delegado. Mas a perícia realizada no corpo da mulher mostrou que ela foi atingida por sete golpes de faca.
O homem está preso em Brasília e responderá pelo crime de homicídio qualificado. Ricardo Viana explica que a legislação não permite que ele seja enquadrado por feminicídio: “A lei que tipificou o feminicídio é posterior ao crime, então não pode retroagir. Ela só poderia retroagir em casos em que o acusado é beneficiado”.
Vida pacata
O autor do crime tomou diversos cuidados para não ser encontrado no novo estado. Além de ter escolhido uma cidade com muitas oportunidades de trabalhos informais na construção civil, também foi para lá motivado pela tranquilidade que poderia ter.
“Ele andava em locais de pouco movimento, de baixo risco. Frequentava igrejas, trabalhava próximo à residência, evitava passar onde tinha blitz, dormia muito cedo. Então tudo isso facilitou que ele ficasse foragido”, contou o delegado-chefe da 24ª DP.