Versão de suspeito culpa brasileira pela própria morte na Nicarágua
A estudante pernambucana de medicina Raynéia Gabrielle Lima, assassinada na Nicarágua no último dia 23, é culpada pela própria morte.
Essa é a conclusão do depoimento a portas fechadas do assassino confesso, o ex-militar Pierson Gutierrez Solis. A versão é considerada inverossímil e fantasiosa pelo jornal nicaraguense La Prensa.
O texto do La Prensa diz: “A promotoria forneceu uma incrível acusação em que culpa a jovem de ter provocado sua própria morte por dirigir de forma “descontrolada e em atitude suspeita”.
Acrescenta o jornal, que teve acesso à audiência secreta realizada no feriado de 1º de agosto, sem informação se havia representante do Itamaraty, que Raynéia Gabrielle Lima dirigia seu carro como se estivesse perdida. Ela usou o freio e, depois, partiu bruscamente.
Segundo o relato do ex-militar, ela estava em alta velocidade. De acordo com o jornal, a brasileira procurava o noivo, Harnet Nathan Lara Moraga,
O ex-militar Pierson Gutierrez Solis, de 42 anos, voltava da Ciudad Sandino, em Manágua, às 10 da noite, depois de ter ido alugar um imóvel para ensinar Taekwondo. “A essa hora?”, estranha o La Prensa.
Pierson resolveu visitar dois guardas conhecidos de plantão numa guarita a 25 metros da entrada de San Ángel, uma área residencial onde, às 22h50, entrou Raynéia. Os três sentiram que suas vidas corria perigo ao observarem como ela dirigia. Um deles disparou para o ar, em advertência.
De acordo com a matéria do La Prensa, o ex-militar buscou o fuzil Colt, calibre 5.56, colocou-se atrás de um poste e disparou ao ter o carro à sua frente.
Ferida, Raynéia prosseguiu por mais 104 metros, abriu a porta e sentou-se no chão. Logo, apareceu o seu noivo, que a levou para o Hospital Militar, onde ela morreu durante a cirurgia.
Ainda não foi marcado o dia em que será lida a sentença. A promotoria pediu 15 anos por homicídio e mais um ano por porte ilegal de arma; a defesa, 10 anos e mais um. Se fosse acusado de assassinato, a pena subiria para 20 a 30 anos.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, criou uma comissão especial para oferecer soluções para a crise na Nicarágua. O Brasil, Estados Unidos, Costa Rica e Chile se ofereceram para participar. A Nicarágua e mais três países rejeitaram a oferta.