Secretaria de Segurança do Rio manda retirar escolta de Freixo
Há dez anos ele contava com a segurança particular de policiais militares
Um mês após o assassinato da vereadora Marielle Franco, que tem como uma das linhas de investigação a atuação de milícias, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), recordista de ameaças por ter presidido CPI cujo alvo eram exatamente essas organizações, teve sua escolta policial retirada, nesta segunda-feira (16), conforme publicação no Diário Oficial.
“Entrei em contato com o secretário, vou ao seu encontro daqui a pouco e tenho certeza que o bom senso vai prevalecer, porque não é possível que, diante desse momento, dessa situação , a gente tenha que parar para resolver isto”, afirmou Freixo.
A determinação para a retirada partiu da Secretaria de Segurança, que exigiu a devolução de 87 policiais emprestados à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A escolha dos PMs teria ficado a cargo da presidência da Casa.
No entanto, Freixo evitou fazer acusações. “Não me cabe questionar quem deve ou não ter segurança, mas eu adoraria viver sem seguranças, adoraria ter minha vida normal regularizada. Mas não é o caso neste momento. Me parece muito óbvio que o bom senso tem que ser restabelecido”, disse Freixo.
A indignação do deputado também ganhou o apoio de outros parlamentares, a exemplo do deputado Carlos Roberto Osório (PSDB). “É muito importante priorizar deputados que já tenham sofrido ameaças, que precisem realmente de proteção. Se algum deles teve policiais militares retirados de sua escolta é preciso que a secretaria de segurança faça uma reavaliação e os mantenha. Sou a favor do retorno de policiais militares que estão em gabinetes que não necessitam. Eu, por exemplo, não tenho nenhum policial militar em meu gabinete porque não preciso”, alegou Osório.
Em 2008 Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias da Assembleia Legislativa. Foi um marco na luta contra o crime organizado e sua articulação com o poder público. O relatório final pediu o indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e civis. Foram apresentadas 58 propostas concretas para o enfrentamento da máfia, entre elas a necessidade de cortar as fontes de financiamento das quadrilhas.