DF – Polícia busca origem de explosivo encontrado com jovem em Ceilândia

Polícia tenta identificar a origem dos explosivos encontrados com um jovem de 20 anos, em Ceilândia. Suspeita-se que o acusado faça parte de uma quadrilha especializada em arrombamento de caixas eletrônicos no Distrito Federal
Após prender um jovem em flagrante com explosivos sem autorização legal na loja do pai, em Ceilândia, a Polícia Civil investiga se o acusado faz parte de uma quadrilha especializada em arrombamento de caixas eletrônicos em Brasília. Erick Roberto Diniz de Oliveira, 20 anos, era monitorado pelos policiais desde o mês passado e acabou detido com uma banana de dinamite. “Ele disse que, quando estava preso, contraiu uma dívida com um colega na cadeia e, para quitar, precisava guardar o material. No entanto, a suspeita é de que ele esteja mentindo para proteger um grupo responsável por detonar terminais de autoatendimento em estabelecimentos bancários”, disse o delegado adjunto da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O, Ceilândia), Zander Pacheco.
A polícia ainda não sabe como Erick conseguiu os explosivos, mas, de acordo com Zander, os próximos passos da investigação serão voltados para a identificação de possíveis comparsas do jovem a fim de indicar a origem da dinamite. Erick tem histórico criminal. Ele cometeu a maioria dos delitos quando adolescente. À época, foi apreendido por tráfico de drogas, associação criminosa, porte de arma de fogo, roubo e homicídio.
No Distrito Federal, o órgão responsável por fiscalizar a utilização de explosivos é a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), do Exército Brasileiro. O departamento tem o auxílio da Divisão de Controle de Armas, Munições e Explosivos (Dame), da Polícia Civil, para supervisionar a compra dos artefatos em Brasília. “Geralmente, os explosivos são usados por pedreiras e mineradoras, que precisam de um certificado de registro do DFPC para adquirir os artefatos”, informou o delegado da Dame Paulo Renato Fayão.
Segundo ele, cada pedreira e mineradora deve monitorar as suas dinamites, desde o momento em que elas chegam aos estoques até a utilização. “O responsável por supervisionar a quantidade de artefatos nos estoques das próprias empresas pode não dar baixa em um explosivo e desviar esse produto. Dessa forma, acaba na mão de criminosos”, alerta Paulo Renato.

Legislação 

Fayão acrescentou que, na maioria das vezes, os explosivos roubados são usados para o arrombamento de caixas eletrônicos. Os dados mais recentes desse tipo de crime, levantados pela Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, são do ano passado. Entre janeiro e outubro, a pasta registrou 18 ocorrências. Em 11, os autores conseguiram acesso ao dinheiro. Em 2016, a secretaria contabilizou 36 casos. “Houve uma redução, mas a prisão desse assaltante indica a existência de quadrilhas especializadas em Brasília”, frisou.
Além disso, o delegado enfatizou que o roubo de dinamites não acontece, necessariamente, no Distrito Federal. “Temos de olhar para todo o país. Os grupos criminosos são interestaduais. Pode acontecer de os caminhões que levam os explosivos para as pedreiras e mineradoras serem interceptados no meio do caminho”, concluiu.
Segundo a DFPC, desde 2016, o órgão tenta “um aprimoramento na legislação, no trato com explosivos, contando com a colaboração dos próprios usuários”, e também busca “ações e procedimentos que venham prover tranquilidade e segurança em relação ao controle de fiscalização”.

*Com informações do Correio Braziliense

João Alberto

Jornalista: DRT 0008505/DF. Radialista, Escritor e Poeta

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